Me desfaço. Estou a ponto de explodir. Não sei se de prazer, se de tédio, se de explosão de raiva.
Nada parece mais me encantar. Vejo na sordidez das pessoas o semblante vazio daquilo que amei um dia.
O que antes era um sorriso de criança, transformou-se num tapa na cara em um inocente de três anos de idade em um local cheio, em que pessoas tediosas esperam numa fila de supermercado.
As luzes, umas fracas, piscam e você olha pro nada, como se fugindo da realidade. O dinheiro, amassado na mão, como de um bêbado que espera no balcão de um bar imundo a sua vez de pedir uma pinga, será a sua redenção como se dormisse por uma noite fria recoberto de jornais.
O peso nos braços cansado de quem trabalha e trabalha e trabalha. O choro da criança que queria um brinquedo e levou um tapa na cara.
Entre confissões sobre a falta do que pensar, caminhando até o seu olhar que não me encara, eu finjo não sentir o que você quis dizer. Mas senti e isso faz com que um lapso de esperança me venha como uma gosma espiritual que não se encaixa no meu corpo de carnes sedentas. Enquanto minha alma vazia espera encontrar a sua num dia claro de feriado, estralo o pescoço e a vendedora me olha de modo estranho e sem pudor.
Quinta feira. Os dias fazem com que nos sintamos com cheiro de peixe podre e barganhando amor, atenção e ódio. Gente carente não paga mas também não leva. Um tapa na cara ainda me deixaria no lucro, em que eu não seria mais um que fuma na entrada/saída do metrô e flerta com transeuntes desconfiados, observando o trânsito de 150 km no horário de pico que percorre a cidade quente, abafada.
Não sei o que digo, apenas sinto a necessidade de dizê-las.
Minha alma feminina ainda me faz crer que posso ter esperança nas pessoas. Vejo nas mulheres o útero quente que me aquecerá em uma tarde fria de confissões à beira mar ou entre lençóis de uma amizade incondicional. E descubro que ser bom custa caro. Ser ruim vem de graça. Oscilo entre a economia e o gasto.
Não me tomem como um santo nem como um demônio. Talvez eu seja apenas um anjo caído de asas de cera que tentou subir num ponto muito alto e despencou quando abriu os olhos. E percebeu que sonhar pode ser bom, mas esperar pelo pior pode fazer com que a queda traga um gosto bom de sangue e não o amargo de fel de sua saliva.
Nada parece mais me encantar. Vejo na sordidez das pessoas o semblante vazio daquilo que amei um dia.
O que antes era um sorriso de criança, transformou-se num tapa na cara em um inocente de três anos de idade em um local cheio, em que pessoas tediosas esperam numa fila de supermercado.
As luzes, umas fracas, piscam e você olha pro nada, como se fugindo da realidade. O dinheiro, amassado na mão, como de um bêbado que espera no balcão de um bar imundo a sua vez de pedir uma pinga, será a sua redenção como se dormisse por uma noite fria recoberto de jornais.
O peso nos braços cansado de quem trabalha e trabalha e trabalha. O choro da criança que queria um brinquedo e levou um tapa na cara.
Entre confissões sobre a falta do que pensar, caminhando até o seu olhar que não me encara, eu finjo não sentir o que você quis dizer. Mas senti e isso faz com que um lapso de esperança me venha como uma gosma espiritual que não se encaixa no meu corpo de carnes sedentas. Enquanto minha alma vazia espera encontrar a sua num dia claro de feriado, estralo o pescoço e a vendedora me olha de modo estranho e sem pudor.
Quinta feira. Os dias fazem com que nos sintamos com cheiro de peixe podre e barganhando amor, atenção e ódio. Gente carente não paga mas também não leva. Um tapa na cara ainda me deixaria no lucro, em que eu não seria mais um que fuma na entrada/saída do metrô e flerta com transeuntes desconfiados, observando o trânsito de 150 km no horário de pico que percorre a cidade quente, abafada.
Não sei o que digo, apenas sinto a necessidade de dizê-las.
Minha alma feminina ainda me faz crer que posso ter esperança nas pessoas. Vejo nas mulheres o útero quente que me aquecerá em uma tarde fria de confissões à beira mar ou entre lençóis de uma amizade incondicional. E descubro que ser bom custa caro. Ser ruim vem de graça. Oscilo entre a economia e o gasto.
Não me tomem como um santo nem como um demônio. Talvez eu seja apenas um anjo caído de asas de cera que tentou subir num ponto muito alto e despencou quando abriu os olhos. E percebeu que sonhar pode ser bom, mas esperar pelo pior pode fazer com que a queda traga um gosto bom de sangue e não o amargo de fel de sua saliva.
Um comentário:
às vezes é melhor encarar a superfície monótona das coisas do que descer ao inferno, my friend.
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