Não-nexo, não-sexo, nada que flua, nada que venha. Unrelated words, vontade de falar do mar, do medo do mar, da praia, do cheiro de peixe, mundo, cru, medo de amar. Ontem enquanto eu lavava a louça, as duas estavam sentadas na porta da cozinha, uma no colo da outra. Discutíamos o amor livre e pela primeira vez uma delas sorriu pra mim e foi sincero, eu senti. Aquele sorriso mexeu comigo, me fez bem, me deu paz. Falei: amar não se limita a beijar uma só boca, vai além. Pode beijar, trepar, ficar, abraçar - eu sempre tentei não ser hipócrita nos meus relacionamentos - se isso não mudar o amor, tudo bem. Tudo bem beijar outra boca se foi essa a vontade. Mas se me ligar depois, dizer "eu te amo e te quero", tudo bem. Foi só uma boca. Tudo bem. Pode doer, mas já foi - existe coisa mais importante.
Assisti o primeiro episódio de Men in trees esses dias. Garota que escreve sobre como lidar com relacionamentos acaba sendo traída pelo cara que julgava ideal, o cara que ela ia casar. Se viu completamente fodida, estava no Alaska para dar uma palestra e aí, como ser hipócrita? Entrar pela porta, dar uma palestra falando "relacionamentos funcionam!" sendo que ela estava na merda e foi trocada por outra, traída? Relacionamentos funcionam?
Perguntas a la Sex and the city a parte, eu acredito em relacionamentos. Muitas vezes não acredito em mim porque me conheço. Instabilidade e loucura em alto nível. Mas o amor é isso: vem, vai, some, volta, fode tudo, fode a mente, leva a gente ao céu. Amor é coisa que não se pode temer. Se veio, veio. Se quiser ficar, fica.
Caralho.
Parece mentira, mas nesse exato momento o meu anti-vírus aponta um Trojan chamado "My_love.exe" no meu computador. Deus. Temo coincidências. Está tudo lento aqui. Aqui no computador, aqui dentro, aqui em mim, aqui na minha casa - um silêncio de começo de manhã de sábado. Papai dormindo sozinho na cama de casal.
Se eu pudesse criar sinônimos sonoros pra amor, seriam as palavras que mais gosto, as mais doces, as mais suaves. Verde, surf, vida, road, gelo, mar. Amor é tudo, vem de todos os lados: mãe, pai, irmão, amiga, cachorro. Vem sem querer, acontece, dói, invade. É a maior de todas as invasões - um estupro mental, entope a alma, dopa.
Não que eu acredite no amor; não que eu não acredite.
Não que eu esteja amando; não que eu não esteja.
Quando é amor, tu sabe - desde o primeiro segundo.
Sabe sim.
Eu, Débora Lopes, tenho um conceito exótico (eu diria) de amor. Amor na minha vida é quando eu acordo de manhã, silêncio, acendo um cigarro, esfrego a mão no cabelo, coloco um som, percebo o dia, sol, cinza, como está, penso em quem tem me feito feliz, sorrio sozinha, bocejo, aprecio a arte de viver, de estar bem, vou até a cozinha descalça, abro a geladeira e tomo um copo de Coca-cola, prazer, sensação boa, sorrio de novo. Isso é amor, cara. Isso. O conjunto. O todo. O tudo.
3 comentários:
você acreditaria se eu contasse que ontem eu escrevi um texto que de certa forma gira sobre esse mesmo assunto?
o assunto amor (haha)
pare de ler meus pensamentos.
obrigado.
leva-me ao céu.
(amuh s2)
quero um dia acordar com vc num sábado pra sentir esse amor q vc sente.
o amor nos outros dias da semana sinto todo dia por ti.
<3
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