17 agosto 2007

Caetano Veloso - transa. Transes. A cegueira grita: ô imbecil. Uma linha branca na frente do nariz domina o cérebro. Pó royal, pó de vidro, pó da puta que pariu. E tem puta que vende pó. - Dez real, é do bom. Do bom o caralho. Puta nunca vende pó do bom. Achou o nariz no lixo, abstraiu e nunca mais voltou - que sanidade, quê. Sanidade de cu é rola, falou. Se entregou a merda toda e desceu a ladeira com os olhos vendados no planeta da desgraça rock n' roll - onde todo mundo acha que é o Super Homem. Vem uma coragem louca. O coração se desprende das angústias pra minutos depois se afundar na merda. Os pensamentos se cruzam no ar - aviões, choques, traumas, dead people. Estamos todos vivos demais. E essa sensação imbecil do poder-tudo vira foder-tudo e é por isso que entre prosas e fodas e moças e música o bagulho vai de mão em mão. Vai você, vou eu, vâmo junto, cê tem, eu tenho, o meu tá acabando. Mandou ali mesmo na ladeira. Se fodeu, voou alto demais, caiu no chão e pronto - despedaços para todo o sempre. Outro dia, outra noite, outro teco, outra merda, outra destruição. Dez real. Destrutivo é o prazer e sábio o deleite.

- Te dou um tiro.

Achou muito gentil, muito doce - esquisito. A quase-honra. Sacou a grana, pagou, agradeceu e abriu a porta cuja placa DESGRAÇA AQUI balançava pendurada num prego. Só baixar a tampa da privada. Objeto de desejo devidamente alinhado e pronto para percorrer o longo caminho - tubos, nervos e coisas. Bate. Bomba. Sangue.

Mas quem gosta de virar Super Homem por uma noite sabe bem o preço de toda a valentia. Sabe muito bem.

3 comentários:

Allan F. disse...

super heróis sabem muito bem o caminho que percorrem e o que encontram quando aterrisam.

gabriel almeida disse...

Espero que isso aqui não tenha limite de caracteres. Era pra ser meu post, meu texto vomitado pra vocês, mas eu não consegui logar... (ó, veja só, o grande dilema da pós-modernidade: esqueci minha senha!)

Bukowski já falou que é muito fácil ser poeta e muito difícil ser homem.

Ora, por mais que eu admire aquele velho bêbado e barbudo... Eu quero que ele se foda! Quem esse cara pensa que é pra falar dos poetas?! Me desculpe, velho Buk, mas você foi um covarde... O mais genial deles!

Vocês devem estar pensando: MAS QUEM É ESSE LOUCO, FALANDO ASNEIRAS AÍ PORRA?!

Fodam-se também! Depois de uma noite dessas, não vou perder meu tempo me importando com vocês...

george jung disse...
Este comentário foi removido pelo autor.