muitas destas multidões
são tantas vezes
só a solidão maluca
que nos cerca
em cada esquina
em cada portaria em luzes de neon
e cada movimento torto
em cada uma das mesas de bar
em todas.
vejo os seres à minha volta
deslocados;
tal qual a terra urbanizada no canteiro em meio à via de automóveis deve sim sentir faltar-lhe a ideal situação,
flutuamos fora de lugar. de propósito.
os meus iguais são alienígenas
trôpegos largados a debates aborígines
de fôlego e alma e pensamento
livres
pós-tecnocratas
auto-destrutivos,
sem tentar deixar de lado a quente e etérea ilusão do amor
(acima de tudo o amor.)
algo como a eterna alma em exílio.
dobras na voz a doce solucionar geopolíticas em tal desolador cenário
nuances de paraíso, roucas folhas de papel
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