putas cigarros e os meus olhos

no décimo oitavo cigarro já não sei mais quem sou e me misturo aos sons da tv e dos carros passando pelo asfalto molhado em minha rua. são tantos os erros e os pensamentos - fixo a idéia na simbiose, agora que encontrei a palavra simbiose. posso até admitir que veio da boca de velhos amantes, mas já não acho um crime repetir sentenças. deixe-as. as deixo. todas quietas e guardadas, já que não se apaga o passado e é dele que vem a experiência (às vezes, tola). uma pessoa violenta não é violenta o tempo todo e é dela que se pode receber as maiores declarações de amor já vista nesta e noutras vidas. pobre dos comerciais de cerveja que retratam a nossa realidade machista, onde a mulher parece ser somente uma grande buceta pedindo para ser comida. me esquivo de forma brusca porque essa é a minha natureza. prefiro que me devorem de outros jeitos. primeiro a mente, depois o corpo. até porque existem corpos belos que são somente corpos belos - nada mais do que isso. inclusive, ela (entre um cigarro e outro) me disse isso hoje e eu concordei. uma pena o mundo ainda ser tão burro e ao mesmo tempo, habitado por pessoas tão sábias que poderiam acrescentar novos universos umas as outras. mas almas egoístas que somos, não seguimos o lado prático e sim o teórico. por isso prefiro bruna surfistinha a victoria beckham. prefiro sempre os que, de alguma forma, estão à margem. porque reclamam que putas escrevem livros, mas ninguém se dá o trabalho de escrever um outro. que seja melhor.


randomicidade. porque de madrugada a mente funciona com um alto teor de loucura e dislexia. e muitas vezes não sei do que falo. também já não me importo, velha esclerosada que sou.