a solidão sempre lhe foi um tabu.
desde pequeno, desde não-ser
como o escravo amarrado as costas nuas à espera do açoite
sentir queimar no mais das vezes o medo da dor, e não a própria
atrás de cura, encontrou moça
moça fútil, mimo rico
a solidão o melhor negócio.
mas recorrente a praga
mal-assombrada, mal cimentada a parede das certezas
em busca cega encontrou em chamas e lágrimas
um amor doente um tumor
sozinhos em par
porém tudo de novo, tão novo
sem querer e de fato evitando, encontrou moça
fútil rica cega doente em chamas
do amor tão responsável quanto um nazista cocainômano bipolar atirando vendado contra a multidão
a solidão o melhor negócio
e melhor, impossível.
cinema boteco trepadas incríveis, sozinho
(alguéns destilando em fisiologia o assombroso espetáculo egoísta do amor-próprio)
músicas e versos
e idéias
quentes
porém irônica. a vida.
trôpegos sarcasmos sem rumo
e um dia o ser se vê na encruzilhada da sua intransferível irresponsável inabilidade em determinar os próprios caminhos muito além do terceiro passo,
a falsa sensação de poder que não depender de ninguém lhe traz
e que se quebra
em
mil
pedaços
quando se vê na mesa de lata no bar de frente ao caos da epifania indesejada aleatória irrevogável luz del mar,
ela.
o peso das palavras é pouco.
não tenho grana mas
o cheiro na tua nuca é ouro
não tenho fama, não tenho nada!
mas o brilho nos teus olhos
é fogo
que me esquenta a solidão.
despedaça-a, cruel. sem perdão.
princípios tão fortes quanto porcelana chinesa maquinofaturada e empacotada para exportação por crianças escravas com rumo ao ocidente
this side down
convicções fortes somente no seguro hospedar da jaula do quarto da casa da mente em chamas
princípios e convicções
não valem nada
quando ela abre a boca e sorri
entridentes,
- diga mais sobre você. sobre nós dois.
(obrigado por chegar com o pé na porta.)
maio07
3 comentários:
disse tudo.
abraço, phyno boy.
estou entumescido
me perdi descendo a ladeira.
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