25 junho 2008

A todos eles

Estou ausente aqui. Na verdade, estou ausente na vida de muitas coisas e pessoas. Época de TCC, além de um período conturbadíssimo que envolvia família, coração e crises existenciais.
A cicatriz parece ter virado uma bela tatuagem que esconde tudo aquilo que passei. E parece ter passado.
Mas não deixei de me preocupar com meus amigos. A minha essência, o meu sábado descendo a Augusta com cigarro na boca, o abraço largo e o sorriso aberto. A cerveja sentado no dia frio, com olhares cúmplices e merdas ditas ao vento, que relembramos a cada baforada e gole descendo quente e ardente goela abaixo.
O que mais me doía quando eu estava em dias ruins era saber que meus amigos também o estavam. Com raras exceções de felicidade, me doía saber que a alegria deles não seria capaz de me fazer seguir em frente. Mas segui. Cada sorriso, cada voz ao telefone, cada mensagem aleatória elevava em 1% a decisão que eu deveria ficar bem. Por mim e por eles. De porcentagem em porcentagem, estou renovado. Se você está caído, te levanto, tento te carregar nos ombros, dou um tapa na sua cara se for te fazer acordar.
Às vezes, sentimos que não sabemos o que acontece com cada um, porque o assunto da mesa é sempre quem trepou no banheiro da balada, quem cheirou e causou ou quem tá com casos "amorosos" que geram longas discussões e risos.
Mas sinto saber um pouco. Aquele olhar perdido em um sorriso que teima em sair no rosto - enquanto todos gargalham em alto e bom som - aquele sim, me chama a atenção.
O abraço forte pedindo socorro vale mais que a porralouquice vivida de tempos em tempos. Mas a vidaloka revela, também. A procura incessante por uma droga que traga cura para a monotonia (como diria Cazuza) ou braços desconhecidos que embalem por uma noite e te façam sentir especial, mesmo que você saiba que, quando acabar o efeito alucinógeno, vai perceber que é tudo uma farsa.
As pessoas se precisam.
Ausente ou não, estive aqui. Inteiro ou em frangalhos, estou sempre pronto. Seja pra uma ligação de madrugada, pra um abraço que dure minutos em olhos fechados ou apenas pra perguntar "Você tá bem, amore?".

4 comentários:

Anônimo disse...

não quer ser meu amigo não?, tocaí truta!

Anônimo disse...

A frase final fechou com chave de ouro, leozinho.

Fefa disse...

'Às vezes, sentimos que não sabemos o que acontece com cada um, porque o assunto da mesa é sempre quem trepou no banheiro da balada, quem cheirou e causou ou quem tá com casos "amorosos" que geram longas discussões e risos.'
Concordo! É sempre assim.

Anônimo disse...

Apesar dos alicerces que edificam a socidade hoje, os homens continuam precisando uns dos outros - mesmo que sejam como escadas. Se o homem não tem algo para amar, dê-lhe o que fazer, se não tiver o que fazer dê-lhe no que acreditar.


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