14 junho 2007

Prazeres perfeitos

Eu ainda não havia feito nenhum post sobre ele. Em local nenhum.
Foi uma noite, durou menos de uma hora, mas sou capaz de sentir seu cheiro até agora.
Uma balada. A balada. A de sempre. Tão casa, tão lar, sempre eu ali.
Depois de tequilas, caipirinhas, beijos e suor, fui ao banheiro. Acreditava que naquele horário ( por volta das 6 da manhã), a balada já estivesse quase em seu fim. Entretanto, o que eu havia me esquecido é que há um certo horário em que a outra pista fecha e os remanescentes descem pra pista eletrônica para curtir o finalzinho do outrora sábado à noite. Quando saí do banheiro, o choque! Parecia que a balada estava no começo de tantas almas pulando e curtindo a vibe!
Bebi outra tequila ouro, acendi outro cigarro com a cabeça inclinada e voltei pra pista.
Os renovados. Eu e a pista.
De repente, olho no meio da multidão e surge aquele cara. "O" cara. Pensei que em menos de duas horas a balada acabaria e eu iria pra casa sozinho e com o ego cheio. Mas havia o risco de tomar o maior fora do universo. Foda-se. Fui e lhe disse: Você deve ser hétero pra ser tão lindo assim e vai acabar com a minha felicidade.
Ele riu. Affe. O meu encanto por sorrisos se firmou ali.
Respondeu: Mas eu SOU gay.
Eu sorri de volta. Gabriel era o nome. Soltei uma risada escandalosa, que se não brochou a situação, nos deu mais empatia. Tudo por causa de um personagem homônimo fictício inventado por mim em um momento de insanidade mental numa tarde sozinho em casa.
Dançamos. Eu olhava e não podia acreditar. Cabelo liso jogado na testa, corpo lindo, estiloso, alargador(es) - vamos dar um desconto porque eu já havia bebido demais e não sei se eram nas duas orelhas. Publicitário, minha idade, voz suave porém de homem, barba por fazer. Foda.
Na dança, me segurou pela cintura. Virei o rosto como que tentando olhar pras suas mãos enquanto encaixei as minhas entre seus dedos. Apertou forte e me beijou. Não foi necessário os primeiros segundos para a adaptação boca a boca. Foi instantâneo.
Sua barba não doía, era suave. Seu hálito misturava cerveja, cigarro e menta. Enfiei os dedos por entre seus vastos cabelos e o beijei com vontade. Em apenas 30 segundos, a música vira. Os primeiros sons de Born Slippy do Underworld me tremem o corpo. Parecia que queríamos ser um só. Custei a acreditar: a melhor música, o melhor cara, o mais delicioso dos beijos.
Confesso que abri meus olhos por alguns instantes. Sempre que vejo alguém tão bonito procuro defeitos. É da minha natureza. Naqueles momentos não houve. Deixei que a música falasse mais alto que sua voz em meu ouvido e que me conduzisse para onde quiséssemos.
A música fica mais alta.
Mega mega white thing
Mega mega white thing
Mega mega white thing
Mega mega white thing
...

6 comentários:

Caio Bertolazzo. disse...

Gênial a descrição.

Danilo. disse...

estrelas brilhando novamente?

Anne Galvão disse...

nhaaaammy!

daí quando tu tá puto, todo cagado, sem grana, estressado, com um aperto no peito, tu lembra que esse momentos existem e vale a pena sobreviver o inferno.

Paula Macedo disse...

AI QUE TESÃO MAAAAANO
BORA SE JOGAR NA BUATCHYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYY

Unknown disse...

até arrepiei depois de ler!!!

Anônimo disse...

Carajo. Tesão pra sempre esse teu texto. Seu filho da puta. Tá foda. Incrível.

AHAZOT NA BUATCHY.