obviamente eu não sou tão louca quanto as pessoas devem pensar. mas é claro (é tão claro que fica estampado na minha cara, não preciso desenhar) que eu pertenço (lembrando que o verbo pertencer é uma merda) ao círculo dos livres e loucos. me livrem do que é certinho demais - não gosto. mas minha porra-louquice tem limite. perco boas horas pensando em quem, num mundo livre desses, tem coragem de matar uma menina tão bela - cujo nome eu daria (darei) a minha filha. rafael e eu, mesmo no bar (ambiente este que potencializa a idéia de querer ardentemente esquecer um pouco da vida e das obrigações), ficamos a discutir e pensar e quebrar a cabeça. quem-como. porque nós não queremos acreditar. se trata de uma família comum. (será?) distúrbio psicótico, loucura, raiva. vingança? que puta atrocidade. se trata de uma criança. uma criança. meu deus do céu. e eu preciso dormir em paz e largar as horas em frente a tv vendo e revendo todas as notícias a respeito e termos técnicos e o que diz a perícia e o que diz o promotor. porque ainda não sou mãe. ou porque sou humana demais. ou porque há os que são humanos de menos. ou algo assim.
2 comentários:
(e o algo-assim é sempre o mais foda)
e o algo-assim pode tb significar que alguns "seres humanos" não são humanos, mas sim pedacinhos de um lugar que chamamos "inferno", que foram semeados neste mundo repleto de pequenos brilhos desprovidos de maldade e malícia, que "chamamos" crianças.
e então estes seres nada humanos não reduzem de 21 a 28 gramas ao morrer, pq lhes falta a alma.
e pra estas "coisas monstruosas" não existe qualquer sentimento contra ou à favor que poderia justificar [nada de loucura ou razão, ódio ou amor, culpa ou perdão], é só o vazio, ou algo-assim.
piores tempos ever.
ticuida
=*
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