11 setembro 2008

O papel escrito a duras penas por uma prostituta

Me darei por inteiro aos homens quando, ao mesmo tempo, eles não me terão por completo. Faltará o carinho e sobrará luxúria. Enquanto meu sexo não me purificar, farei com que ele peque. E que o pecado sangre, tal qual uma chaga cristã, um arranhão nas costas ou uma mordida roxeada. Um lábio cortado num beijo, que mancha seu dentes e escorre pela sua saliva cheirando a cigarro barato. Vou unir o útil ao degradável. O suor que cheira a carne viva de alma morta. ´Estaremos em lados opostos por um tempo, baby´. Você calma e eu na cama. Você sorrindo e eu gemendo. Até eu rastejar pedindo que me coma puxando meus cabelos e xingando com ódio. Até eu saber quando parar. Quando não gostar. O asco. Até eu achar que o gosto de porra me dá ânsia e, quando me ajoelhar diante de seus pés, não quererei abrir tua braguilha e te chupar. Estarei, apenas, abraçando suas coxas em busca de um abraço silencioso.

9 comentários:

george jung disse...

as putas são uma fonte das mais ricas e inspiradoras de antropologia e pseudo-poesia, eu acho

este conflito do tamanho do mundo

me soa familiar.
admito
como se em alguma existência passada fora eu uma delas



quanto ao texto,
imagine você o peso deste abraço

O PESO.



oh lord.

e o colega de trabalho ao lado preocupado com o excel..


vai explicar.

marcella franco disse...

gente, cadê os novos posts?
todo dia eu entro esperando ler! mas....nada mais me lembro

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Branca disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
sara castillo disse...

boa.

Anônimo disse...

saudades daqui...

  disse...

Genial!

júpiter disse...

meu deus! m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o!

Anônimo disse...

Há sempre um momento em que se deve escolher entre parar ou prosseguir. Eu não sei muito bem quando é - mas existe.


Saudades daqui...